Estudos científicos comprovam que escrever nas aulas e elaborar resumos com papel e caneta ajuda a fixar melhor o conteúdo e aciona diferentes padrões cerebrais e habilidades motoras
A ciência comprova o que, na prática, já é percebido por muitos estudantes: escrever à mão ajuda na memorização do conteúdo, e principalmente, no aprendizado. O impacto, mostram as pesquisas, é ainda maior para as crianças que estão no processo de alfabetização. Isso porque a caligrafia aciona diferentes padrões cerebrais e habilidades motoras, auxiliando no desenvolvimento cognitivo, na concentração e apresentando outros benefícios para os pequenos.
Para a professora Mirucha Lima, formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e mestranda em Educação pela mesma instituição, “escrever é como destacar no cérebro o quão importante e digno de ser lembrado é aquele conteúdo. Além de ajudar a guardar na memória, é também um exercício ativo. Diferente de assistir aula e ativar a escuta atenta, ao escrever, o estudante se torna ativo no processo, fazendo suas próprias conexões. Serve para qualquer idade, mas de modos diferentes”, explicou ela.
Mirucha comentou, também, sobre o benéfico uso de resumos como método de aprendizagem. “Os resumos ativam nossa mente a sintetizar o que ouvimos/aprendemos. É uma forma da mente guardar as informações importantes e é também um excelente recurso de revisão”, destacou a especialista.
O estudante de medicina e digital influencer Felipe Almeida utiliza os resumos desde o início da sua trajetória escolar. Para ele, o método foi, inclusive, um grande aliado para a aprovação no vestibular em um dos cursos mais concorridos do país. “Sempre fui uma pessoa que gosta muito de escrever para aprender e memorizar. Percebo que ao escrever sobre o assunto, consigo lembrá-lo de forma mais fácil na hora das atividades e provas. Utilizo desde bloquinhos de anotação, fichas pautadas, cadernos, até escrever na parede do meu cantinho de estudos. Com a prática, passei a fazer as anotações de forma bem mais rápida”, contou ele, que compartilha as dicas no perfil do Instagram @studymed, com mais de 200 mil seguidores.
Segundo um estudo norueguês, publicado em 2016, no The Journal of Learning Disabilities, a linguagem escrita pode favorecer a capacidade de controlar pensamentos, ações e emoções. E ao colocar as palavras no papel, as áreas cerebrais responsáveis pelo raciocínio, linguagem e memória – essenciais para a aprendizagem – são ativadas. A escrita à mão promove ainda o desenvolvimento de um pensamento mais crítico, , aprimoramento do foco, aumento da compreensão de textos, a estimulação da criatividade e melhora na habilidade da memória.
Outra pesquisa, de 2015, da Universidade de Bloomington, nos Estados Unidos, atestou que crianças que aprendem a escrever com letra cursiva, no papel, desenvolvem habilidades motoras e forçam o cérebro a trabalhar mais e melhor. A letra cursiva, que conecta uma letra a outra, é reconhecida pelos estudiosos como a melhor opção de alfabetização porque acelera a aprendizagem e a capacidade de leitura dos pequenos.
Artigos de papelaria são protagonistas

Para essa fase, diversos fabricantes oferecem materiais específicos para auxiliar no processo de escrita. “Proporcionar materiais que auxiliem a criança nesta jornada de desenvolvimento de suas habilidades psicomotoras, de forma segura e prática, é tópico de extrema importância para pais, educadores e familiares”, disse Flávia Giordano, head de marketing da Faber-Castell. A empresa pontuou, ainda, que entre as principais características dos materiais para crianças de 3 a 5 anos estão o formato ergonômico para facilitar a pega, mina mais grossa e resistente, cores vivas e durabilidade, “permitindo que os pequenos coloquem no papel a sua imaginação e criatividade, aprendendo a escrever, desenhar e pintar de forma divertida e sempre com muito conforto e segurança”. A marca oferece, em seu portfólio, a linha Jumbo, com foco na fase pré-escolar. O EcoLápis Grafite está disponível em venda unitária ou em cartela com três peças, e o EcoLápis de Cor nas versões 12 e 24 cores, acompanhadas por apontador.

A Staedtler, por sua vez, enfatizou que os produtos para crianças em idade pré-escolar têm demandas básicas de segurança, como serem livres de conservantes e de peças pequenas que possam ser engolidas, além disso, as tintas devem ser à base de água. . “Outras tendências e demandas cada vez mais observadas pelos responsáveis são a suavidade, o brilho das cores, a facilidade da pega e aplicação no papel”, comentou Juliana Rett, marketing manager da Staedtler do Brasil.
A marca alemã financiou um estudo do ZNL Transfer Center for Neuroscience and Learning, da Universidade de Ulm, no sul da Alemanha, sobre a escrita à mão. A pesquisa, realizada entre abril de 2016 e maio de 2019, constatou que, comparado à digitação em um teclado digital, escrever com lápis e papel é mais eficaz em aumentar o reconhecimento de letras e as capacidades visuoespaciais. Participaram do estudo “Como as crianças aprendem a ler e escrever melhor? O impacto da escrita no desempenho cognitivo e nos padrões de ativação neural “ 145 crianças em idade pré-escolar, entre 4 e 6 anos. Entre os materiais da marca para esse público estão o lápis de cor e grafite Noris, que contam com sistema antiquebra, e o giz de cera Noris. “Com os lápis de cera Noris Junior da Staedtler a criança tem três possibilidades de pintura: ao usar como vem na caixa, é um lápis de cor super macio e de pigmentação forte; se aplicada um pouco mais de força, a mina esquenta e o lápis de cor se torna um lápis de cera, por fim, com algumas gotas d’água, é possível aquarelar”, detalhou Juliana Rett.

A marca Leo&Leo, da fabricante Leonora, lançou recentemente no mercado o Jumbo 4 em 1, que tem formato de lápis de mina grossa e macia, escrita de giz de cera e ainda é aquarelável e pinta em diversas superfícies. A caixa possui 12 cores e um lápis quadricolor, além de apontador e pincel próprio. Outra opção do portfólio da empresa é o Lápis Super 12 cores, com mina de 4mm e corpo triangular, se encaixando melhor em mãos pequenas e trazendo maior firmeza para o traço.