Conheça curiosidades sobre o setor que é responsável pela fabricação de cinco mil bioprodutos e ainda contribui para a preservação ambiental
Você sabia que já comeu celulose? E que ela também está presente em cosméticos, roupas e medicamentos? No mês do meio ambiente, a Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas (Florestar) destaca a importância de se refletir sobre a presença das florestas plantadas no dia a dia. Muito além do papel e da madeira, o eucalipto e o pinus, árvores cultivadas de forma sustentável, são a matéria-prima para mais de 5 mil bioprodutos. “Descobrir esses usos é entender a importância estratégica e ambiental deste setor para o Brasil e o mundo”, relata a diretora da entidade, Fernanda Abilio.
Poucos imaginam, mas a celulose extraída do eucalipto desempenha um importante papel na indústria alimentícia. “Na versão microcristalina, por exemplo, é um aditivo alimentar que pode atuar como agente de textura, estabilizante e até mesmo como um substituto de gordura, contribuindo para a criação de produtos com menos calorias, como molhos para salada, sobremesas lácteas e outros processados”, explica. Além disso, derivados da matéria-prima são utilizados como espessantes e emulsificantes, garantindo a consistência ideal de diversos alimentos. Outra aplicação curiosa são as tripas de celulose, essenciais na fabricação de embutidos como salsichas e linguiças.
A sensação de conforto e a eficácia de produtos de higiene pessoal também dependem diretamente das florestas plantadas. A chamada “celulose fluff”, um material com alta capacidade de absorção e maciez, é produzida a partir das fibras de pinus e eucalipto. Este componente é a base para a fabricação de itens como absorventes femininos e fraldas descartáveis infantis e geriátricas. “A performance superior da celulose fluff e a dificuldade em encontrar substitutos com a mesma eficiência reforçam a importância das florestas plantadas para a indústria de higiene e para o bem-estar diário de milhões de pessoas”, destaca Fernanda.
E não é só a celulose. As árvores cultivadas, especialmente o pinus, são fontes de resinas com aplicações industriais valiosas. A extração e o processamento dessas substâncias geram componentes fundamentais para a fabricação de uma ampla variedade de produtos. Tintas, vernizes, adesivos, colas e vedantes frequentemente contêm derivados da resina de pinus, que conferem propriedades importantes como aderência, brilho e proteção. Essa versatilidade química demonstra mais uma face da contribuição das florestas plantadas para setores industriais diversos.
“Pesquisas recentes exploram usos como a nanocelulose para espessar álcool em gel ou o aproveitamento de resíduos, como a serragem, para o cultivo de cogumelos comestíveis. Até mesmo na metalurgia, o carvão vegetal de alta pureza, obtido do eucalipto, encontra aplicações específicas. Todas as possibilidades mostram o enorme potencial das florestas cultivadas como fonte de soluções sustentáveis e inovadoras para o futuro”, acrescenta a diretora da Florestar.
As florestas plantadas e manejadas de forma sustentável também são essenciais para a conservação ambiental. “As áreas contribuem ativamente para o cuidado do solo, a proteção de recursos hídricos e a captura de carbono da atmosfera. O setor é uma fonte renovável de insumos, biodegradável e apta para atender a sociedade pelas próximas décadas”, finaliza Fernanda.