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Dia do Escritor: a relação entre a escrita e a papelaria

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As premiadas escritoras Aline Bei e Natalia Borges Polesso revelam o lugar que os itens de papelaria ocupam em seus trabalhos

No Brasil, o dia 25 de julho foi escolhido para homenagear os profissionais que dedicam a vida à escrita. Criado em 1960 pelo então ministro da Educação e Cultura, Pedro Paulo Penido, o Dia do Escritor foi definido por causa do I Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE), no Rio de Janeiro, cujo vice-presidente era o autor baiano Jorge Amado.

A construção de uma obra envolve entrega, pesquisas, leituras, rascunhos e rabiscos. O escritor inglês Samuel Johnson afirmou que “a maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro”.  Nesse processo de criação, inspiração e organização das ideias, quais serão os itens de papelaria preferidos dos escritores? Como será que registram seus insights, onde fazem anotações, como costumam marcar as páginas e trechos favoritos nas obras lidas?

Autora dos livros “O peso do pássaro morto” (vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura de 2018, na categoria Melhor Romance de Autor com Menos de 40 anos) e “Pequena Coreografia do Adeus” (um dos cinco finalistas do 64º Prêmio Jabuti), a paulista Aline Bei adora se “esparramar” quando está lendo e ter objetos onde possa “transbordar” seu raciocínio e emoções.

“O caderno sem pauta é meu grande companheiro de leitura, pois lembra mais o tipo de folha que trabalho, que é a própria folha do livro. Consigo ter mais noção do espaço, me provoca um modo novo e inesperado de ocupar essa folha, gosto de dar essa liberdade para essas anotações da leitura”

Aline Bei, escritora.

Para escrever nas páginas dos livros, Aline prefere usar lápis. “Para anotar frases que me intrigam, que acho bem construídas, que me provocam uma lembrança ou uma imagem muito forte. Anoto pensamentos, memórias, o lápis é meu companheiro. Caderno e lápis são dois objetos fundamentais nas minhas leituras”, revela. Outro item que a escritora tem utilizado bastante é o marcador de texto colorido para guardar páginas que ela pode buscar em outro momento. “Como dou muitas oficinas, às vezes leio livros técnicos sobre escrita e os marcadores me ajudam a encontrar logo uma observação que preciso”, explica. E ainda confessa que escolhe a cor dos marcadores para combinar com a capa do livro. “Procuro usar mais ou menos da cor da capa do livro pra ficar bonito”, diverte-se a escritora.

A escritora e tradutora gaúcha, Natalia Borges Polesso, também faz uso de muitos objetos de papelaria para trabalhar. Ela é um dos principais nomes da literatura brasileira atual, com oito livros publicados e muitos prêmios recebidos, como: “Recortes para álbum de fotografia sem gente”, vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura; “Amora”, ganhador do Prêmio Jabuti na categoria Contos e Crônicas, Prêmio Açorianos e da Associação Gaúcha de Escritores (AGEs); “Controle”, que recebeu os prêmios AGEs e Vivita Cartier e foi finalista do Prêmio São Paulo; “Corpos Secos”, vencedor do prêmio Jabuti de Romance de entretenimento; e “A extinção das abelhas”, que ganhou o Prêmio Minuano e foi finalista dos prêmios Jabuti e São Paulo.

Natalia revela que é “o monstro dos livros”, pois enquanto lê, dobra, faz orelhas, risca de lápis, de caneta, destaca com cores, comenta, usa adesivos, notinhas, não há lógica nem limites para ela. Para escrever, a escritora tem usado mais o computador, porém, sempre tem cadernos por perto. “Sempre tenho três ou quatro caderninhos diferentes para diferentes propósitos. Se estou escrevendo um livro, tenho um caderno para anotações específicas do projeto. Paralelamente, tenho sempre um caderninho de anotações aleatórias, um caderno de aulas, um outro caderninho de oficinas. Para as aulas, gosto de cadernos com pautas. Os demais, tanto faz! Ah, tenho um outro caderno, um Canson, em que desenho durante algumas das minhas sessões de análise.  Na minha geladeira, há um bloquinho pendurado. Embora eu tenha uma Alexa e um celular para fazer anotações, prefiro ir às compras com um papelzinho. Talvez eu seja uma pessoa nostálgica”, explica.

“Sempre tenho três ou quatro caderninhos diferentes para diferentes propósitos. Se estou escrevendo um livro, tenho um caderno para anotações específicas do projeto”

Natalia Borges Polesso, escritora.

A gaúcha comenta ainda que é apegada a itens de papelaria, possui muitos tipos e usa tudo até acabar. “Tenho uma lapiseira de preferência e quando ela estraga, eu compro outra igual (é uma Pentel 0.5). Gosto de ter diversos lápis e canetas coloridas, ponta molhada, ponta fina, hidrocor, etc. Eu uso tudo até acabar ou até estragar. Não fico guardando nada, uso o que dá vontade de usar. Agora, o que mais uso, sem dúvidas, é a lapiseira”, revela. Além disso, a escritora conta que é adepta de agenda e planner e que adora o momento dedicado ao planejamento semanal. Mas, segundo ela, isso tudo não exclui as agendas digitais. “Eu sou ansiosa e exagerada. Anoto tudo na agenda do computador/celular e passo tudo para o papel. Faço a conferência semanal dos compromissos quando passo tudo para o planner que fica na minha mesa”, relata Natalia.

Mesmo na era digital, dominada por computadores e celulares, os itens básicos de papelaria desempenham um papel fundamental na rotina que envolve o processo da escrita. Fica aqui a nossa homenagem a todas as pessoas que se dedicam a esse ofício tão especial e importante.

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